quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Velhas novidades

Velhas manias, contornos antigos
para quadros  repetidos
A parede branca provisoriamente sem adornos
se esconde ao ver voltar seus amigos que um dia escorreram por ela
desfazendo assim o conforto dos olhos alheios
Quanta cor, quanta luz voltaram a ser sentidos.

A inocência da criança crescida
Florescendo em tons e sobretons
Beges, apagados, mornos
Dando luz, revigorando
regravando imagens, criando cenários
que estavam cuidadosamente esquecidos.


A arte ontem considerada perfeita
que seja assim sempre,viva
exposta, insolente, forte
E que a despeito de tudo cresça vigorosamente
em nossas mentes, desequilibrando
espaços e ocupando a moldura que pela natureza foi feita.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Tá, eu confesso!



Essa história  aconteceu comigo.Nossa família  toda na praia, inventaram de brincar com uma boia, eu medrosa, não queria ir junto, Marcio meu irmão, disse que não era perigoso e que se acontecesse algum problema era para não largar a boia e esperar que ele viria me salvar.



Tudo combinado, fui brincar com eles, e algum tempo depois veio uma onda daqueles bem bravas e me levou junto, conforme combinado, segurei a boia e fiquei esperando Marcio me salvar. Esperei um pouco e nada, será que ele não me viu? pensei, Já em desespero, e quase me afogando olho para cima e vejo Marcio rindo muito, fiquei mais brava ainda, como ele pode fazer isso comigo?

De repente, ele pega minha mão e me puxa para cima, que vergonha,  não percebi que estava no raso, tinha no máximo uns 50 cm de água e  implorando socorro.

Rimos muito e até hoje ainda aguento a gozação dele nos encontros de família, portanto, agora que todo mundo já sabe,  não tem porque ele ficar contando isso...

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Decisões

Das dores que provei na vida, essa tem sido a mais forte.

Decepção pura, eu que sempre acreditei que as pessoas podem mudar em algum momento da vida, hoje vejo que nem todas se dispoem a isso. 

A confiança foi quebrada, não é de hoje. Uma história que tinha tudo para ser feliz, acaba como com os corações e almas detroçadas pela fome de poder.

Ainda perdida nesse turbilhão de informações que me chegam a contragosto. De coisas para decidir num momento tão doloroso, vou aos poucos selecionando o que considero mais importante, como quem gostaria que  não houvessem joios para serem queimados.

A liberdade parece doer tanto como o comodismo da prisão. Sei que logo tudo passará e o que sobrará em mim serão apenas lembranças de um tempo difícil que por um acaso o relógio marcou.

Sigo sofrendo pelas decisões que tenho que tomar, mas acreditando que Deus em sua misericórdia tem olhado para mim e  me mantido  forte  apesar da tempestade.

Como bem lembrou um amigo: "Todas as coisas colaboram para o bem dos que amam a Deus."

Então, Buenos dias!!!


terça-feira, 27 de setembro de 2011

Notícias

Sempre fui muito impaciente,  achava que tudo  tinha  ser resolvido rapidamente e muitas vezes, muitas vezes  mesmo, tomei decisões erradas.
Estou agora parada num sinal vermelho, esperando que a vida me autorize a passar. Exercitando  minha ínfima paciência. Descobri  que impaciência  também é pouca fé.
Num momento de mudança muito grande e dolorida, tenho esperado pelo melhor.
Sei que o mesmo Deus que sustentou ( em todos os sentidos) até aqui   vai continuar
Segurando minhas  mãos enquanto elas tremem de angustia.Mas também sei que o momento  de alegria está perto. É preciso esperar.
Tenho  tido força para não voltar atrás e confiar que Deus tem o melhor para seus filhos, e creio que essa  coragem, tem vindo das muitas orações que vocês tem feito, muito obrigada.
                                                                                                                                                                                     
 No momento oportuno( espero que em breve), volto para contar as bênçãos recebidas. Creio que serão muitas. Um abraço a todos.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Curtas...

Todos os dias reparava pela janela a roupa suja no varal da vizinha, um dia colocou óculos e descobriu que não tinha janela em casa.

Dizia que ela era o maior empecilho do seu sucesso, quando ela pediu o divórcio, caiu no choro.

Achava que ela andava no mundo da lua, como castigo lhe negou todos os bens que tinham adquirido, espantou-se quando viu que ela era feliz vivendo de brisa.

Como ela entendia tudo errado, resolveu esclarecer a situação, depois disso nunca mais a cumprimentou, passou a usar o elevador de serviços.


Sem sapatos andava pelas calçadas mas não invejava os "ensapatados", sabia  que ao usar sapatos teria que sair das ruas e encarar um trabalho  duro.

No velório foi servido pão com mortadela, porque o presunto já cheirava mal.

Passou a  vida tentando escrever igual ao Mario Quintana, nunca conseguiu, mas descobriu que por isso  o admirava tanto.

sábado, 3 de setembro de 2011

Papo de menina

Da sala ouço Valéria conversando com a Vic, parecia estar ensinando ela a se maquiar. Dizia:"use o blush assim, a sombra assado".

 Fui escutando o papo, em um dado momento disse que Vic iria ser sua modelo e que iria maquia-la. Victória resmungou qualquer coisa  e depois ficou quieta, afinal Valéria falava mais que uma matraquinha.

Fui olhar e ela estava terminando de passar batom na Vic que estava com uma cara azeda de tanto ser cutucada.

Terminou o batom, passou um gloss, olhou para cara da Vic e disse:

- Agora sorria, mulher só é bonita quando está sorrindo.

Eu que ando meio ranzinza, quase cair de rir. Menina esperta essa Valéria.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Quando tudo parece nada

Lágrimas caem sem pedir licença, ainda na boca o gosto amargo de silêncio que precisa existir, porque qualquer palavra soa como espinhos que machucam.

Na manhã que não existiu, ela resistiu. Não como guerreira, mas como criança que precisa de aprovação.

A tarde cai e sua voz ainda não surgiu, sente-se aprisionada em seu próprio mundo. Não, ninguém lhe entenderia, era complicado demais.



Perdeu a chance de se tornar livre, não por que não tivesse motivo, mas por amor, um amor vermelho demais que escorre entre o corpo e a alma sem chance de voltar atrás. Parece ter perdido a coragem, sua ótica difere de todos a sua volta, seria um bom motivo para se questionar, se tivesse escolha.


Ainda no caminho as pedras parecem pontiagudas, e ferem deixando atrás de si a certeza que um dia serão  apenas cicatrizes, nada mais.

Nada mais.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Vida de cão

Napoleão era um filhote de  cachorro esperto, morava num apartamento com sua  dona.Logo de manhã pulava na cama para fazer bagunça.
Gostava mesmo era de passear, roer tênis e tudo que encontrasse pela frente, não agüentava a coceira nos dentes que estavam nascendo.
Sua dona vivia em pânico, Napoleão roeu o pé da mesa, das cadeiras, rasgou o estofado do sofá e apareceu com um rato morto na boca. Quase enlouquecida sua dona lhe colocou uma focinheira, uma tragédia para um cachorro tão novo.
Napoleão começou a ficar esquisito, só choramingava  dia e noite. Até que aconteceu um milagre, sua dona se casou e passou a morar com o marido, esse  quando viu Napoleão naquela situação logo lhe tirou a focinheira.

O cão feliz da vida, parou de roer tudo que encontrava, afinal seus dentes já estavam grandes. Adulto,  ele  queria mesmo  era um bom prato de ração, passear de manhã e acordar seus donos com várias lambidas.
Era um cachorro feliz . Morreu já idoso e não deixou descendentes.

sábado, 30 de julho de 2011

Explicação

Porque não se pode ter tudo. Porque preciso de uma frase surrada para expressar meu sentimentos.Porque nada é eterno. Porque a vida passa tão rápido. Porque é preciso aproveitar o momento. Porque é preciso crer em Deus, antes que os "deuses"  invadam nosso vazio na alma. Porque eu sei que sem saber estará comigo em meus pensamentos.

Ah, tantos "porques" apenas para expressar o que meu coração grita: um botão se abrindo em flor a cada nova manhã, para enfeitar um deserto cinza, um milagre!!!

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Pássaro ou peixe?

Mateus, 02 anos, foi com seus pais para a primeira ultrassom de sua irmãzinha que estava para nascer, escutou o médico explicar tudo e  no final resumiu o que tinha visto:

-É piu-piu.

Sua mãe corrigiu:

 - Não querido é a Mayara, sua irmãzinha.

 No segundo ultrassom, lá vai ele de novo para ver sua irmãzinha, o médico explicou o que era cada orgão  que estava aparecendo na tela, demorando um pouco mais na coluna cervical. Matheus olhou curioso e no final soltou:        

 - É peixe.          

Sua mãe novamente o corrigiu.

Fico aqui pensando no que ele vai dizer da próxima vez, por enquanto ele beija a barriga da mãe e imagina um peixe lá dentro.

Acho que só vai dizer  Mayara no dia em que ver sua irmãzinha fora da barriga da mãe.           

Enquanto isso não acontece, vai nos divertindo com sua inocência, franqueza e uma imaginação para lá de fértil.                        

domingo, 17 de julho de 2011

O sonho que nem todos sonharam

Entre vales havia uma fazenda, com uma casa bem grande de madeira, toda pintada de branco, no varal roupas alvas dançando com o vento. Desse  cenário saiu José para mais um dia de aula, primeiro atravessa a pinguela, depois uma pequena floresta na qual fizeram uma trilha e onde habitavam muitas cobras, logo a frente um riacho onde as mulheres da colônia lavavam suas roupas.

Subiu por uma barranco entre as casas de sapê e chegou na escola que era feita de madeira e tinha apenas 16 carteiras. Cada fileira com quatro representava uma série de 1ª à 4ª série,  a professora ensinava todos ao mesmo tempo, enquanto corrigia a lição de uma, mandava a outra série copiar, e assim por diante.

 José era apaixonado pela professora, não era amor de homem e mulher, era mais como uma admiração por ela ter tanto conhecimento. passava todo tempo observando a destreza com que ela ensinava cada um, a maioria filhos de colonos pobres que moravam por aquelas bandas. José era diferente, era filho do administrador por isso morava na casa sede a mais confortavel da fazenda.

Ele passava seus dias ajudando o pai na lida e estudando.Adorava ler sua cartilha "caminho suave", (se bem que o caminho que ele fazia até a escola não tinha nada de suave) ficava olhando aquelas letrinhas tentando formar as sílabas que ele desejava escrever.

Muitas vezes pedia para professora lhe dar uma tarefa a mais. Quando aprendia uma palvara nova ficava radiante e tentando encaixa-la em cada frase que falava.

José terminou o primário, foi estudar o normal na cidade vizinha, seu caminho apesar de estar de charrete ainda não era tão suave, seus afazeres na fazenda aumentaram junto com sua altura, suas mão já estavam calejadas, mas  sua vontade de aprender continuava  cada dia maior, principalmente quando lembrava da alegria de sua professora do primário em lhe ensinar as primeiras letras.

Estudava à noite e apesar do cansaço dava conta das matérias. José foi para faculdade, porque o patrão de seu pai resoveu lhe presentear com uma bolsa de estudos.

Mudou de cidade para estudar, morava no centro de uma grande cidade  junto com uma tia e uma prima, trabalhava de dia numa fábrica de calçados e estudava à noite, estava prestes a se tornar um advogado.

Num dia ensolarado saiu como de costume para o trabalho em sua bicicleta, levava no bolso apenas documentos. No meio de uma estrada 03 meninos que não aprentavam mais que 15 anos o abordaram tomaram a bicicleta, lhe bateram e deixaram-no estendido no chão. Quando o socorro chegou já era tarde, José ja tinha dado o ùltimo suspiro.

Mataram seus sonhos, aqueles que nunca na vida puderam sonhar.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Aparência não é tudo ou De cinderela à borralheira

Fabiana comprou um scarpin, um vestido de tafetá preto e um lenço de seda dourado. Foi ao salão, depilou, fez mão, pé, pintou o cabelo, fez escova e maquiagem. Estava chique demais.



Entrou no carro com todo cuidado para não estragar a produção, iria ao casamento de Angélica, uma antiga  amiga de faculdade que recentemente ela tinha reencontrado e queria mostrar, através de sua roupa o quanto era bem sucedida nos negócios.




Chegou na igreja, subiu as escadas se sentindo uma princesa. Sentou-se ao lado de uma senhora com um bebê no colo. Iniciou-se  a cerimônia, sermão, padre, alianças. Eis que num dado momento a criança  virou-se para Fabiana e regurgitou no vestido. A moça ficou irritada, mas precisava manter o controle, então delicadamente pegou o lenço e esfregou na sujeira. Ficou uma marquinha, mas não era nada demais, o lenço foi estratégicamente  recolocado pescoço de forma que não aparecesse os vestígios do leite.

Terminou a cerimônia seguiram para o salão onde seria a festa. Devidamente sentada numa cadeira apreciava o ambiente e as pessoas, mas derepente e sem saber como, um gato, atraído pelo cheiro de leite azedo pulou em seu vestido e começou a lamber e arranhar tudo de tal forma que ficou parecendo trapos, morta de vergonha chamou um táxi e saiu sem se despedir.

Angélica até tentou, mas nunca mais teve notícias de Fabiana.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Poema incompleto

Talvez você não caiba no meu poema, talvez esteja fora de moda versos e rimas,mas vou arriscar:

Seus olhos fixados em mim
Esperam por uma reação
Onde não cabem mais palavras
Plantamos um jardim.

Nessa conversa tão silenciosa
Ouço os batimentos do seu coração
Tão perto, tão meu
Acreditando que a vida
 pode ser maravilhosa

Peço  que nunca se vá da minha vida
Por tudo que somos, por tudo que seremos
Por tudo que construímos juntos
Não vou pedir que você mude
Em seus braços quero apenas guarida

terça-feira, 5 de julho de 2011

De tudo que se pode ser

Menino do coração de pedra, quem foi que te fez assim?
As amarguras da vida, o ódio constante, a sede de vigança?
Quando achares que  alguém merece vingaça
trate com ele, não aqueles que te amam
Seja menos rebelde,
Confie em alguém que não seja você mesmo
Puxa menino
Você parece criança implorando por atenção
Te garanto que terá toda, quando deixar de ser tão infantil
Quando deixar as pessoas te amarem pelo que você é não pelo que você tem.
Quando souberes que o único tesouro que temos nessa vida são as pessoas que por você tem apreço.
E se achares muito complicado:

Seja pelo menos HUMANO!!!

sábado, 18 de junho de 2011

Renovação

Passo as mão pelos cabelos como quem precisa de um toque. No pulso, coloquei um cheiro antigo, cujo o vidro ficou pelo meio, mas que nesse momento me dá coragem de um velho amigo.Palavras, faladas, rasgadas quase sangrando, deixaram traços horríveis sobre o qual borrifo o tal perfume que parece aos poucos ir dissipando toda amargura.Não é hora de melancolia, é momento de reflexão, de saber que aprendi tanto em tão poucos anos, e que hoje não me vejo como há 5 anos atrás. Sou outra pessoa, não aceito mais nada pela metade, nem quero ficar disputando o trono de um reino perdido em que a única função da realeza é maltratar seus súditos. Não quero mais fazer parte da monarquia, quero mesmo é a anarquia, se esse for o único caminho para cuidar dos que me são caros. Termino o texto, como se isso  fosse uma promessa de que vou terminar com o frasco do tal perfume e de todas as lembranças que guardei de um dia. Alguém aí quer uma camisa cor de rosa?

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Vaso ruim não quebra, mas tem validade...

Conhecido por seu constante mau humor , Genésio esbravejava o tempo todo. Todos ficavam imaginando o dia em que sofreria um AVC por conta da sua impaciência, com tudo e com todos. Mas um dia Genésio amanheceu em silêncio, não se levantou e pediu para que levassem o café na cama, "mais uma frescura" pensou a mulher, mas não estava afim de ouvir gritos, então preparou uma bandeija e levou para o dito cujo na cama, surpreendeu-se quando ele com voz baixa  pediu que elas se sentasse ao seu lado, mais surpresa ainda quando este lhe agradeceu pelo feito. Foi para cozinha pensativa, nunca tinha visto seu marido nessa tranquilidade. Voltou para ver se estava tudo certo, que nada, Genésio estava  febril e transpirando muito. Ficou preocupada e  o levou ao médico, no caminho ele foi em silêncio nem reclamou do trânsito  como sempre fazia. Esperou pacientemente pela sua vez de ser atendido, sem maltratar nenhum funcionário do hospital.Examinado foi constatado que estava com pneumonia e garganta muito infeccionada. Foi medicado e encaminhado para casa. No outro dia de manhã a mulher ouviu os gritos dele ao pegar um sapato que ele considerou mal lavado.

Para infelicidade geral da nação Genésio já estava curado e sentado na sua costumeira cadeira de juiz, de onde julgava tudo e todos à sua maneira.

Sua mulher passou a desejar  todos os dias para que ele novamente pegasse, nem que fosse uma "gripinha" só.

Qual nada,  continuou atazanando a vida de todos e morreu muitos anos depois vítima de um infarto fulminante.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Apatralhados ou gente coisa é outra fina

A criatura pega a lapiseira em cima da mesa, coloca no bolso. Cinco minutos depois, precisando anotar algo chama a secretaria e pergunta aos berros: Quem pegou minha lapiseira?

...

Dentro da loja de departamentos fulano, não lembra onde colocou seu celular, então pega, o aparelho no bolso, liga para esposa  e pergunta se ela viu o aparelho, a mulher percebendo o que ele fez diz brincando: Querido joguei no vaso sanitário. Surtou com a esposa e jogou o celular no lixo da loja.
...

Levanta vai ao banheiro, escova os dentes com o pente e penteia o cabelo com com a escova de dentes, coloca a blusa pelo avesso e segue cambaleando até a cozinha, abre o liquidificador, acende o fogo e coloca a água do café para ferver. Enquanto isso vai dar comida para o cachorro, nada demais senão fosse o fato de que colocou sabão em pó em vez de ração na vasilha. Volta para dentro, uma nuvem de fumaça saindo do fogão, tinha colocado a água no fogo num copo de plástico. Acordou quando ouviu a sirene do bombeiro.

...

Ficou apaixonada pela panquequeira, mas aquele dia estava tão corrido que nem deu para entrar na loja e compar. Quando viu a peça numa dessas revistas de vendas a domicílio, não pensou 02 vezes, encomendou a dita cuja.Dez dias depois chega a peça.Fez a massa, mas quem disse que ela conseguia manipular a massa naquela coisa côncava? Grudou, queimou e furou a massa. Desistiu. Abriu a gaveta  do armário pegou sua frigideirinha velha e viveu feliz para sempre comendo panquecas.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Um homem, um gato e uma história

Era um rapaz de hábitos incomuns, aparentava ter 30 e poucos anos, morava sozinho num bairro afastado da cidade, quase não conversava com os vizinhos, exceto quando seu gato de estimação fugia.

Saía perguntando pelo bichano casa por casa até pegá-lo de volta, acho que o gato entendia a necessidade de seu dono de conviver com as pessoas, só podia ser isso, fugia quase todos os dias.

Saía diariamente às 4:00hrs da manhã e ia trabalhar numa empresa de reciclagem de lixo, todos sabiam disso porque ele sempre usava o mesmo uniforme. Deixava a luz acesa  as janelas e portas abertas, acreditava que assim enganava os ladrões enquanto  ele estava fora.

Tirando os dias em que procurava o gato, não tinha mais nenhum contato com os vizinhos, saía cedo e chegava tarde. Nunca souberam dele nada mais que isso.

Certo dia os vizinhos  começaram a desconfiar que algo tivesse acontecido com ele, as janelas continuavam abertas à noite e a luz acesa, não viam mais o gato.

Foi passando os dias e nada, até que um vizinho corajoso resolveu entrar na casa, ficou surpreso, quando viu o corpo do rapaz estirado no chão em adiantado estado de decomposição e o gato ao lado extremamente magro esperando que seu dono se levantasse.

Tiraram o gato dali, alimentaram e quiseram cuidar dele, mas esse nunca mais saiu da porta da casa do seu ex dono.

Mais tarde descobriram que o rapaz foi morto por ladrões que procuravam pelas economias que ele guardava na cozinha dentro de uma embalagem de filtro para café.

Mesmo bem cuidado pelos vizinhos o gato morreu meses depois. Desconfiam que foi de tristeza.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Ontem foi o dia "L"

 Meu amigo Antonio Garcia  há algum tempo atrás me prometeu uma receita de risoto de lula, foram dias díficeis entre a promessa e a finalização do prato.

Nesse meio tempo, ele perdeu  o livro na sua imensa biblioteca e não lembrava de cabeça,, proibiram a pesca da lula no Brasil, etc. Um belo dia ofereci café no FB e parece que derepente se lembrou da tal receita.


Fui atrás da lulas, só encontrei as importadas e ainda tive que limpar uma por uma, mas valeu a pena, então, sem mais delongas, segue a receita que prometi publicar no blog e a imagem do prato que ficou delicioso. O acompanhamento  foi cebola empanadas no creme de leite e trigo e fritas em óleo quente  ( Idealizadas e preparadas pela Valéria, minha filha do meio)e salada de alface.
Segue o recado que recebi com a receita:

"Ocorreu uma alteração na minha comunicação neural e então, finalmente, vou te mandar a receita do risoto de lula. Vamos lá: Corte a lula, já limpa, em tirinhas e deixe marinando com sal, um pouco de pimenta do reino e nós moscada. Depois re...fogue e frite levemente até criar um leve dourado. Reserve. Faça um bom refogado com cebola e alho e coloque numa panela arroz arbóreo ou carnaroli, mexa bem e coloque caldo de legumes até cobrir um terço a mais. Cozinhe o arroz acrescentando o caldo de legumes mas deixando-o aldente e acrescene a lula ao final do cozimento. Sirva imediatamente!!!! Bom proveito. 2011 o ano da lula!!!! huahuahuahuahuah beijo."
Detalhe: ele esqueceu de colocar o sal, mas corrigiu numa postagem posterior, eu acrescentei 01 tomate picadinho, azeitonas verdes e cheiro verde.
Ficou uma delícia, mas não me atrevo a pedir mais receitas para o Antonio, o mundo vai acabar antes dele me passar, risos, (brincadeirinha)
Beijo, Antonio, obrigada.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Fora de epóca

"Sei o quanto dói fazer isso, mas é necessário", disse o jardineiro.
As minhas orquídeas estavam lindas, foi com aperto no coração que  em dezembro autorizei a poda. Galhos pequenos e verdes, foi o que sobraram.

Janeiro, fevereiro e março e nada de flores, mas eis que agora surgem botões aos montes e começam a aparecer as primeiras flores.

Isso me faz lembrar o quanto  precisamos de vez em quando "podar" nosso ego.  Dói muito, não poder se ter tudo que deseja, mas na impossibilidade de seguir com nossos sonhos, pairamos no hoje e vemos os frutos dos sonhos passados.

As flores dessa estação são tão boas quanto as de outrora e tão alegres como as que se esperam.

Apesar da dor da poda terei flores no outono. Dias cinzas?

Não esse ano.

* Na foto as primeiras que desabrocharam.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

O pato pateta pintou o caneco...

Ernesto  chegou atrasado, discutiu com o patrão, saiu irritado  da empresa, chegou em casa, chutou o cachorro, brigou com o filho, xingou a mulher, maltratou a sogra. Saiu na rua, fez sinal obsceno para o vizinho, pegou o carro acelerou no último furou o sinal vermelho e foi para o bar beber. Dormiu na rua.

No outro dia acordou com cara de pastel e voltou para casa. Que surpresa! Além de não ter mais emprego, também  não tinha filhos, mulher e nem vizinho, já que foi expulso à pauladas pela sogra.

Pode ser visto em alguma cidade grande, de dia vendendo  bilhetes da loteria , e  à noite dormindo num albergue.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Se por acaso...

Se por acaso, você me encontrar saiba que eu não estarei lá por você e que já fiz te esquecer e que meu rio ainda segue o mesmo curso.

Se por acaso, pensar em mim, não suspire em pense em coisas boas pense em coisas bobas, dessas que a gente nem liga como uma nuvem no céu.

Se por acaso, alguém te falar de mim, faça de conta que não me conhece a fundo, mude de assunto, fale sobre o clima, sobre qualquer assunto da moda.


Se por acaso, souber que chorei, não se preocupe, não é por você.

Se por acaso eu te ignorar, não sinta minha falta, eu aprendi a viver só.

Se por acaso, acaso existir..., mas acasos não existem, assim como o sol não esfria e o amor verdadeiro nunca morre.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

O dia da revanche

Era um sujeito muito chato, mau humorado, só sabia por defeito em tudo ao seu redor, mas mesmo assim era um empresário de sucesso e ganhava muito dinheiro.

Tinha empregados, filhos e esposa, essa, nunca o abandonou apesar dos maus tratos. Já velho e no leito de morte tem uma crise de consciência, chama a esposa  e diz:

- Querida me perdoe por ter sido tão ausente e negligente com você durante todos esses anos. Obrigado por me amar tanto e me suportar, deve ter sido muito díficil para você..

A mulher segurando suas mãos, olha profundamente nos olhos dele e responde:

-Isso não foi nada, quando me sentia muito triste eu tirava um extrato bancário e ficava feliz com toda aquela dinherama, e para as noites de solidão comprava uma jóia para me fazer companhia. Você já teve sua utilidade, agora vá em paz.

terça-feira, 22 de março de 2011

Bingo!!!

Não que ele não se importasse mais com ela, apenas não suportava a falação. Se não era da vida da vizinha, era reclamar dos filhos e dele. Cansou, então não ouvia mais, cada vez que ela abria a boca ele começava a pensar consigo " Não é comigo", "não tenho nada com isso" e assim  ia levando a vida.

Meire era uma mulher vistosa, sempre elegante, não tinha um fio de cabelo fora do lugar, em compensação, a língua e o mau humor fazia com que as pessoas se afastassem dela.

Com uma amiga , tão mau humorada quanta ela, começou a frequentar um bingo, desses que são proibidos, André adorou a ideia da mulher ter alguma atividade, ao menos passaria mais tempo com os filhos e não teria que aguentar tanta gritaria, só não imaginou que ela poria em risco todo o orçamento da família.

Aos poucos Meire foi se acostumando com o tal bingo, era cem reais hoje, cinquenta amanhã, até que começou a usar o limite do cheque especial.

André muito desligado, só se deu conta do rombo, quando foi usar o cartão de débito no supermercado e não tinha nenhum saldo. Já era tarde, além do cheque especial, Meire ainda tinha usado todas as opções de crédito do banco e ainda emprestado dinheiro dos parentes.

Naquele dia André se arrependeu de ter sido tão negligente com suas economias, mas prometeu que iria se vingar.

Dito e feito, assim que a mulher saiu para o bingo, deu uma ligada para o local e disse que havia uma bomba no prédio. Todo mundo saiu correndo, a polícia foi chamada e acabou com a festa.

André separou-se de Meire, organizou sua vida financeira, criou os filhos e hoje mora numa ilha no meio do rio Tibagi.

Meire, depois da separação, foi para uma casa de recuperação e em poucos dias fugiu com um bicheiro que nessa altura do campeonato deve estar falido e com problemas auditivos.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Minha menina

Hoje é aniversário da Vic, logo de manhã perguntamos: quem faz aniversário hoje? Ela levantou os dois braços e fizemos a maior bagunça.

 Faz 06 anos, continua bagunceira e linda. Meu docinho, que me beija de madrugada e me faz sentir a pessoa mais especial do mundo.

Pequena e sapeca
olhos negros e brilhantes
tem cara de boneca


Todos os dias de madrugada
Me acorda com um beijo
acho que sente o quanto é amada


Pra você  minha querida
um beijo estalado e o meu amor
eterno enquanto em mim houver vida

quarta-feira, 2 de março de 2011

Sem cera

Tempo de agradecer a Deus pela minha vida. De reconhecer que a estaca que está em meus olhos é bem pior que o cisco nos olhos do meu irmão. De saber que ele foi, é, e sempre será o mesmo, aquele que nos acolhe apesar de todos os nossos pecados e fraquezas.Que ele deu sua vida por mim, me mostrando assim que sou importante, mesmo quando o mundo me diz Não.
Tempo de sonhar com um mundo novo, de pessoas felizes e gratas por todas as bênçãos recebidas. Tempo de desejar que nosso governo acolha com carinho e competência aqueles que são mais carentes. Tempo de me preocupar com o futuro de minhas filhas e dessa juventude que está aí.
Tempo de serenidade, de tranqüilidade, de entender que os outros não vivem para me fazer feliz e que, apesar disso, eu decidi  amá-los.
Tempo para observar que todos tem seus momentos bons e ruins, e que, muito do que fazemos hoje está relacionado com nossa história de vida e nossa natureza, e que, às vezes, é preciso compreender as atitudes alheias.
Tempo de agradecer a todas as pessoas que passaram pela minha vida e que mesmo sem perceber  me ensinaram muito.
Fica as palavras de Paulo aos Romanos num tempo de reconhecimento da nossa natureza pecaminosa.
 “Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço.” Romanos 7.19


Tempo também de dizer  que não existem santos, apenas pessoas que se reconciliam com Deus e aceitam dele o perdão oferecido na cruz. 

E como eu não sou nenhuma santa, que Deus me ajude a estar entre eles.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Uma por todas e todas pela... lava-louça???

Como é do conhecimento dos meus amigos tenho 03 filhas. A família é grande e cada um ajuda um pouco no serviço doméstico.
Ano passado funcionava assim: um dia Valkiria lavava louça do almoço enquanto Valéria ficava brincando com Vic, no outro dia elas trocavam de função.
Aparentemente tudo ia bem, exceto pelo excesso de enxaqueca e dores de barriga que elas apresentavam nos seus dias de lavar a louça.
Nunca dei muita atenção para caso até porque nas  consultas com o médico ele sempre dizia que elas estavam bem de saúde. “ Deve ser cansaço” pensava.
Esse ano Valkiria além do colégio de manhã está fazendo cursinho à tarde, já que presta vestibular no fim de ano, então a louça sobrou para mim e cuidar da Vic ficou por conta da Valéria.
Para minha surpresa já faz um mês que nenhuma das duas reclama de dores. Quem anda correndo para dar conta de tudo e com dores de cabeça sou eu
Considerando todas as hipóteses cheguei a conclusão  que parecia ser plausível: Detergente em excesso  causa enxaquecas e dores de barriga.
Falei que  estou pensando em revezá-las na  louça do jantar e que  vou substituir o detergente por sabão de coco.
A idéia parece não ter agradado, já estão fazendo um abaixo assinado para comprar uma lava louça.

 De repente me veio à cabeça um par de luvas. Por que será???


terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

O pequeno mamoeiro e Luz da lua


Subiu o pequeno mamoeiro pelas escadarias do hospital, carregava na mão Luz da lua, era a primeira vez que saiam juntos, mas estavam gostando.

Luz da lua, sua companheira calada das noites solitárias, ficara no armário o tempo todo esperando pelo dia em que finalmente veria a luz do sol.

O pequeno mamoeiro subiu tranqüilo, nada o faria desistir de seu propósito. Segurou firme Luz da lua e entrou no centro cirúrgico com a convicção que poucas vezes tivera na vida.

Ajeitou os cabelos vestiu-se de acordo com o regulamento e carinhosamente colocou Luz da lua ao lado do seu leito.

Ainda deu uma última olhada na companheira antes de tomar o comprimido que o faria dormir profundamente.
 Acordou horas depois parecendo um embutido, talvez uma salsicha, já estava no apartamento, olhou para o lado a procura da companheira e  nada.
Apertou a campainha e uma enfermeira sorridente  veio ao seu auxilio, perguntou sobre Luz da lua e a moça disse que não tinha visto nada. Insistiu que tinha deixado ao lado do leito antes da cirurgia, saíram todos à procura.
O pequeno mamoeiro estava angustiado. Sem poder movimentar-se, via as pessoas correndo de um lado para outro procurando por sua companheira.
No fim da tarde, após a troca do plantão, eis que aparece a responsável pelo centro cirúrgico, com Luz da lua na mão. Havia resolvido o mistério: O hospital deixou reservado o centro cirúrgico 1, mas na hora da cirurgia o médico disse que  só faria a cirurgia se fosse para o centro cirúrgico 2.
 Então Luz da lua ficou abandonada no CC1 enquanto o pequeno mamoeiro era  operado no CC2.

 O pequeno mamoeiro teve alta no mesmo dia  e seguiu feliz para se recuperar em  casa. Luz da lua antes escondida, agora ocupava um lugar de destaque naquele ambiente.

Uma amizade que parece durar pela vida toda.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Que fique registrado

Muitos dias sem vir aqui e queria escrever alguma coisa que realmente valesse a pena

Comecei a escrever uma poesia,  me conhecendo bem, parei na metade , sei que iria parecer uma cópia fajuta da Florbela Espanca.

Pensei numa crônica,  acho que não contaria nada mais que uma história que todo mundo está acostumado a ouvir e que é novidade só para mim.

Um conto talvez, me perco numa história maluca de casas de chocolate e  porquinhos, coisas que já escreveram antes.

Relatar a notícia de um jornal, blah! quem quer ler  mais  notícias ruins?

Reli alguns rascunhos antigos, mas nada me pareceu apropriado.

Estou sem  inspiração e senti vontade compartilhar. Espero que entendam.

Aos que tiveram a coragem de vir até aqui, deixo um beijo,  agradeço a disposição de de me lerem e desejo um ano novo com tudo de melhor para nós!!!

Volto tão logo meu coração permitir.