sábado, 30 de julho de 2011

Explicação

Porque não se pode ter tudo. Porque preciso de uma frase surrada para expressar meu sentimentos.Porque nada é eterno. Porque a vida passa tão rápido. Porque é preciso aproveitar o momento. Porque é preciso crer em Deus, antes que os "deuses"  invadam nosso vazio na alma. Porque eu sei que sem saber estará comigo em meus pensamentos.

Ah, tantos "porques" apenas para expressar o que meu coração grita: um botão se abrindo em flor a cada nova manhã, para enfeitar um deserto cinza, um milagre!!!

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Pássaro ou peixe?

Mateus, 02 anos, foi com seus pais para a primeira ultrassom de sua irmãzinha que estava para nascer, escutou o médico explicar tudo e  no final resumiu o que tinha visto:

-É piu-piu.

Sua mãe corrigiu:

 - Não querido é a Mayara, sua irmãzinha.

 No segundo ultrassom, lá vai ele de novo para ver sua irmãzinha, o médico explicou o que era cada orgão  que estava aparecendo na tela, demorando um pouco mais na coluna cervical. Matheus olhou curioso e no final soltou:        

 - É peixe.          

Sua mãe novamente o corrigiu.

Fico aqui pensando no que ele vai dizer da próxima vez, por enquanto ele beija a barriga da mãe e imagina um peixe lá dentro.

Acho que só vai dizer  Mayara no dia em que ver sua irmãzinha fora da barriga da mãe.           

Enquanto isso não acontece, vai nos divertindo com sua inocência, franqueza e uma imaginação para lá de fértil.                        

domingo, 17 de julho de 2011

O sonho que nem todos sonharam

Entre vales havia uma fazenda, com uma casa bem grande de madeira, toda pintada de branco, no varal roupas alvas dançando com o vento. Desse  cenário saiu José para mais um dia de aula, primeiro atravessa a pinguela, depois uma pequena floresta na qual fizeram uma trilha e onde habitavam muitas cobras, logo a frente um riacho onde as mulheres da colônia lavavam suas roupas.

Subiu por uma barranco entre as casas de sapê e chegou na escola que era feita de madeira e tinha apenas 16 carteiras. Cada fileira com quatro representava uma série de 1ª à 4ª série,  a professora ensinava todos ao mesmo tempo, enquanto corrigia a lição de uma, mandava a outra série copiar, e assim por diante.

 José era apaixonado pela professora, não era amor de homem e mulher, era mais como uma admiração por ela ter tanto conhecimento. passava todo tempo observando a destreza com que ela ensinava cada um, a maioria filhos de colonos pobres que moravam por aquelas bandas. José era diferente, era filho do administrador por isso morava na casa sede a mais confortavel da fazenda.

Ele passava seus dias ajudando o pai na lida e estudando.Adorava ler sua cartilha "caminho suave", (se bem que o caminho que ele fazia até a escola não tinha nada de suave) ficava olhando aquelas letrinhas tentando formar as sílabas que ele desejava escrever.

Muitas vezes pedia para professora lhe dar uma tarefa a mais. Quando aprendia uma palvara nova ficava radiante e tentando encaixa-la em cada frase que falava.

José terminou o primário, foi estudar o normal na cidade vizinha, seu caminho apesar de estar de charrete ainda não era tão suave, seus afazeres na fazenda aumentaram junto com sua altura, suas mão já estavam calejadas, mas  sua vontade de aprender continuava  cada dia maior, principalmente quando lembrava da alegria de sua professora do primário em lhe ensinar as primeiras letras.

Estudava à noite e apesar do cansaço dava conta das matérias. José foi para faculdade, porque o patrão de seu pai resoveu lhe presentear com uma bolsa de estudos.

Mudou de cidade para estudar, morava no centro de uma grande cidade  junto com uma tia e uma prima, trabalhava de dia numa fábrica de calçados e estudava à noite, estava prestes a se tornar um advogado.

Num dia ensolarado saiu como de costume para o trabalho em sua bicicleta, levava no bolso apenas documentos. No meio de uma estrada 03 meninos que não aprentavam mais que 15 anos o abordaram tomaram a bicicleta, lhe bateram e deixaram-no estendido no chão. Quando o socorro chegou já era tarde, José ja tinha dado o ùltimo suspiro.

Mataram seus sonhos, aqueles que nunca na vida puderam sonhar.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Aparência não é tudo ou De cinderela à borralheira

Fabiana comprou um scarpin, um vestido de tafetá preto e um lenço de seda dourado. Foi ao salão, depilou, fez mão, pé, pintou o cabelo, fez escova e maquiagem. Estava chique demais.



Entrou no carro com todo cuidado para não estragar a produção, iria ao casamento de Angélica, uma antiga  amiga de faculdade que recentemente ela tinha reencontrado e queria mostrar, através de sua roupa o quanto era bem sucedida nos negócios.




Chegou na igreja, subiu as escadas se sentindo uma princesa. Sentou-se ao lado de uma senhora com um bebê no colo. Iniciou-se  a cerimônia, sermão, padre, alianças. Eis que num dado momento a criança  virou-se para Fabiana e regurgitou no vestido. A moça ficou irritada, mas precisava manter o controle, então delicadamente pegou o lenço e esfregou na sujeira. Ficou uma marquinha, mas não era nada demais, o lenço foi estratégicamente  recolocado pescoço de forma que não aparecesse os vestígios do leite.

Terminou a cerimônia seguiram para o salão onde seria a festa. Devidamente sentada numa cadeira apreciava o ambiente e as pessoas, mas derepente e sem saber como, um gato, atraído pelo cheiro de leite azedo pulou em seu vestido e começou a lamber e arranhar tudo de tal forma que ficou parecendo trapos, morta de vergonha chamou um táxi e saiu sem se despedir.

Angélica até tentou, mas nunca mais teve notícias de Fabiana.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Poema incompleto

Talvez você não caiba no meu poema, talvez esteja fora de moda versos e rimas,mas vou arriscar:

Seus olhos fixados em mim
Esperam por uma reação
Onde não cabem mais palavras
Plantamos um jardim.

Nessa conversa tão silenciosa
Ouço os batimentos do seu coração
Tão perto, tão meu
Acreditando que a vida
 pode ser maravilhosa

Peço  que nunca se vá da minha vida
Por tudo que somos, por tudo que seremos
Por tudo que construímos juntos
Não vou pedir que você mude
Em seus braços quero apenas guarida

terça-feira, 5 de julho de 2011

De tudo que se pode ser

Menino do coração de pedra, quem foi que te fez assim?
As amarguras da vida, o ódio constante, a sede de vigança?
Quando achares que  alguém merece vingaça
trate com ele, não aqueles que te amam
Seja menos rebelde,
Confie em alguém que não seja você mesmo
Puxa menino
Você parece criança implorando por atenção
Te garanto que terá toda, quando deixar de ser tão infantil
Quando deixar as pessoas te amarem pelo que você é não pelo que você tem.
Quando souberes que o único tesouro que temos nessa vida são as pessoas que por você tem apreço.
E se achares muito complicado:

Seja pelo menos HUMANO!!!