quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Escrita sem fim


Num dia de domingo ensolarado, daqueles de dar preguiça após o almoço, dos olhos implorarem um descanso, um turbilhão de sensações ódio, dúvidas, incertezas e um cheiro de cravos mantiveram-nos abertos.

Tudo parecia ter um tamanho maior, como aquela roupa que a gente gosta em uma vitrine, mas que não tem nosso número. Uma sensação de impotência. Ansiedade controlada pelo relógio. Ou quase.

Era o fim, e ela sabia disso. Há muito o esperava. Todo começo tem um fim, pensou. È hoje.

Nada podia fazer, embora esperasse por esse dia, ela temia. Tremia.Mãos geladas, coração saindo pela boca. Seca.

Ajeitou os cabelos, usou o creme de sempre. Não passou batom nos lábios. Não era dia de festa.

Pensou nos dias que antecederam aquele. Era festa, alegria, sensação de vida plena, carinhos e abraços. Mas acabou.

Uma carta mal escrita, entrelinhas indecifráveis. Ao menos para ela. Tentava entender. Desistiu.

Não podia seguir com essa insegurança. Não dava conta de ser tão sensível. Não podia ficar chorando por rosas que não receberia. Aceitou as flores negras, sem rodeios.
Engoliu o choro. Sorriu. Não mais desejou as rosas. Passou a desejar de novo a felicidade.

2 comentários: