sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Na trilha


Viriato gostava de fazer trilhas com jeeps, fazia isso quase todo fim de semana.

Adorava o mato, a bicharada e a sensação de liberdade que isso dava. Solteiro, nunca a havia se apaixonado de verdade e nem pensava muito nisso.

Um dia conheceu Clarice, moça fina, de família conhecida na cidade, caiu de amores pela garota.

Começou a cortejá-la e logo foi ficando mais próximo. Começaram a namorar, e entre outras coisas, Viriato lhe dizia da sua paixão pelas trilhas.

Mas Clarice não parecia nem um pouco interessada, gostava mesmo era de shoppings e perfumes importados.

Até que um dia, após a insistência de Viriato, ela resolveu fazer uma trilha junto com ele.

Combinaram de se encontrar num posto de gasolina, de onde os carros iriam largar.

Clarice chegou no local e horários combinados. Viriato já a aguardava ansioso. Mas quase teve um "treco" quando viu Clarice, ela estava de vestido vermelho, com saltos altíssimos e toda maquiada. "Aí meu Deus!" pensou, preocupado.

Começaram a trilha, Clarice levava o mapa e lhe dizia que caminho seguir. No começo estavam indo bem, até que apareceu o primeiro obstáculo, um rio raso, cheio de crateras por onde deveriam atravessar. Clarice resmungou qualquer coisa, mas não perdeu a pose. Logo a frente apareceu uma fazenda de gados, Clarice deveria abrir e fechar a porteira, mas ela se recusou, Viriato não teve alternativa senão descer e fazer o trabalho.

O pior foi quando os mosquitos começaram a picar a pele clara da moça. Aí não teve jeito, ela começou a ficar brava e pediu que ele voltasse ou iria descer do jeep. Viriato não titubeou: largou a moça no meio do caminho, terminou a prova e nunca mais a viu.

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