sábado, 18 de junho de 2011

Renovação

Passo as mão pelos cabelos como quem precisa de um toque. No pulso, coloquei um cheiro antigo, cujo o vidro ficou pelo meio, mas que nesse momento me dá coragem de um velho amigo.Palavras, faladas, rasgadas quase sangrando, deixaram traços horríveis sobre o qual borrifo o tal perfume que parece aos poucos ir dissipando toda amargura.Não é hora de melancolia, é momento de reflexão, de saber que aprendi tanto em tão poucos anos, e que hoje não me vejo como há 5 anos atrás. Sou outra pessoa, não aceito mais nada pela metade, nem quero ficar disputando o trono de um reino perdido em que a única função da realeza é maltratar seus súditos. Não quero mais fazer parte da monarquia, quero mesmo é a anarquia, se esse for o único caminho para cuidar dos que me são caros. Termino o texto, como se isso  fosse uma promessa de que vou terminar com o frasco do tal perfume e de todas as lembranças que guardei de um dia. Alguém aí quer uma camisa cor de rosa?

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Vaso ruim não quebra, mas tem validade...

Conhecido por seu constante mau humor , Genésio esbravejava o tempo todo. Todos ficavam imaginando o dia em que sofreria um AVC por conta da sua impaciência, com tudo e com todos. Mas um dia Genésio amanheceu em silêncio, não se levantou e pediu para que levassem o café na cama, "mais uma frescura" pensou a mulher, mas não estava afim de ouvir gritos, então preparou uma bandeija e levou para o dito cujo na cama, surpreendeu-se quando ele com voz baixa  pediu que elas se sentasse ao seu lado, mais surpresa ainda quando este lhe agradeceu pelo feito. Foi para cozinha pensativa, nunca tinha visto seu marido nessa tranquilidade. Voltou para ver se estava tudo certo, que nada, Genésio estava  febril e transpirando muito. Ficou preocupada e  o levou ao médico, no caminho ele foi em silêncio nem reclamou do trânsito  como sempre fazia. Esperou pacientemente pela sua vez de ser atendido, sem maltratar nenhum funcionário do hospital.Examinado foi constatado que estava com pneumonia e garganta muito infeccionada. Foi medicado e encaminhado para casa. No outro dia de manhã a mulher ouviu os gritos dele ao pegar um sapato que ele considerou mal lavado.

Para infelicidade geral da nação Genésio já estava curado e sentado na sua costumeira cadeira de juiz, de onde julgava tudo e todos à sua maneira.

Sua mulher passou a desejar  todos os dias para que ele novamente pegasse, nem que fosse uma "gripinha" só.

Qual nada,  continuou atazanando a vida de todos e morreu muitos anos depois vítima de um infarto fulminante.